TEREZINHA FIALHO
( Paraíba – Brasil )
Carioca de nascimento, radicada na Paraíba.
Escritora, poetisa e professora da Universidade Federal da Paraíba e d Universidade Estadual Vale do Acaraú -UVA.
Desenvolveu trabalhos no Brasil e Estados Unidos.
Suas publicações no campo da poesia inclui “Contradições” (1977) e Carro de Osiris” (1984).
ANTOLOGIA SONORA – Poesia Paraibana Contemporânea. João Pessoa, PB: Edições OK Sebo Cultural, 2009. Caixa, contendo
1 CD e 31 encartes (poetas e poemas). Ex. bibl. Antonio Miranda
FAIXA 26
“(...) Porque, dentro de uma simplicidade formal de quem
não necessita de modismo para ser moderna, há um profundo
sentimento humano a marcar cada verso, a emprestar um
sentido maior aos seus poemas.” Jorge Amado, escritor baiano
CL até nas Valizes
(para Clarice Lispector )
Estou cansada,
terrivelmente cansada.
Que não me firam
os sintagmas, qualissígnos,
hipoicones, segundos ou terceiros.
Não importa materializar sigmas.
Nada importa!
Símbolos, ícones,
o que quiserem mais...
Nada de cadeias semânticas.
Eu disse:
“rótulos já não me pegam”.
Importante, mesmo foi perseguir o ser.
Composição 1
Fito o fio que se coloca como ponto de
interrogação.
Fito o fio avolado,
do acento do carro,
e o fio a desafiar.
Fito a fio
o desfio o desafio.
Eu, no fio, na navalha.
Bumerangue
Não dá para entender.
Não adianta correr.
O que eles querem:
o Poder.
Consolo
Pela janela fechada
não vejo nada.
Mas se abrir,
surge o azul,
apesar das grades.
Constatação
Como sal preserva o alimento,
a lágrima.
preserva a alma;
visto que se assim não fosse,
A natureza não as teria feito
salgadas.
Revolta ecológica
Sofridos pássaros,
como voltei-o atarantá-los.
É que não é fácil,
fazer amor,
construir ninhos,
sobre as antenas
nos telhados.
*
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Página publicada em fevereiro de 2022
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